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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Israel interromperá ataques por três horas diárias para entrada de ajuda humanitária

Israel interromperá ataques por três horas diárias para entrada de ajuda humanitária

O Exército de Israel anunciou que, a partir desta quarta-feira, vai interromper os bombardeios em Gaza durante três horas todos os dias para permitir a entrada dos caminhões de ajuda humanitária.

"Decidimos cessar os bombardeios em Gaza entre às 11h GMT (9h, no horário de Brasília) e às 14h GMT (12h, no horário de Brasília) todos os dias a partir de hoje, quarta-feira", afirmou a porta-voz militar, Avital Leibovich.

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Efe
Caminhões carregados com suprimentos fazem fila para entrar na faixa de Gaza
Caminhões carregados com suprimentos fazem fila para entrar na faixa de Gaza

A decisão foi adotada depois que Israel aceitou abrir um corredor humanitário na faixa de Gaza para auxiliar os cerca de 1,5 milhão de palestinos que vivem na região e que, há doze dias consecutivos, vivem sob constantes bombardeios aéreos, navais e terrestres pela grande ofensiva militar lançada por Israel contra alvos do movimento islâmico radical Hamas.

A ofensiva militar já deixou mais de 600 mortos e cerca de 2.500 feridos. Entre as vítimas, estão ao menos 40 palestinos mortos em um ataque de tanques israelense contra uma escola administrada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Autoridades palestinas na faixa de Gaza disseram que foram informadas de que Israel interromperia os ataques durante um período para permitir que as lojas abram e os funerais das vítimas ocorram.

Segundo estimativas da ONU, os ataques israelenses deixaram 80% da população completamente dependente de ajuda humanitária. Enquanto a ONU insiste em um cessar-fogo efetivo na região, suas agências alertam para a crise humanitária causada pela destruição de mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infraestrutura da faixa de Gaza.

Corredor

O gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert anunciou nesta quarta-feira que Israel abrirá o corredor humanitário "para prevenir uma crise humanitária na Faixa de Gaza". A decisão foi comunicada à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

Segundo o gabinete de Olmert, a iniciativa foi proposta pelos chefes do Exército e abrangerá várias áreas da faixa de Gaza para que os palestinos possam estocar alimentos e outros suprimentos de primeira necessidade.

As agências de ajuda humanitária, e principalmente a ONU, reclamaram do agravamento na crise humanitária da região por causa da ofensiva israelense. COm a entrada do Exército, o território foi dividido, grandes áreas urbanas foram cercadas e o pouco fluxo de suprimentos foi ainda mais reduzido.

Um porta-voz de Olmert, Mark Regev, descreveu a medida como "status especial para permitir a transferência de pessoas, comida e remédios".

Entrada

Segundo a embaixada de Israel no Brasil, nesta terça-feira (6), 49 caminhões carregados de alimentos, remédios e equipamentos entraram na região. O WFP (Programa das Nações Unidas para Alimentos, em português) voltou a entregar mantimentos em Gaza, após um recesso de dois dias.

A passagem de Kerem Shalom também foi aberta para a entrada de 80 carregamentos de ajuda humanitária. O depósito de combustíveis de Nahal Oz funcionou e enviou 215 mil litros de diesel especial (necessário para a estação elétrica da região), 93 mil litros de diesel para uso dos diversos organismos das Nações Unidas e 50 toneladas de gás de cozinha para uso doméstico.

Segundo a ONU, este número supera a quantidade permitida antes da ofensiva, mas ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.

Atendendo à um pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Israel permitirá a entrada de dois médicos e duas enfermeiras, através da passagem de Erez. Também nesta terça-feira, a entidade qualificou a situação na faixa de Gaza como uma "crise humanitária plena do tipo mais grave".

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