Grupo de seis profissionais vai fortalecer atendimento pós-cirúrgico para os gravemente feridos durante os confrontos. Fonte: MSF 19/01/2009 – Uma equipe cirúrgica de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e outros funcionários entraram na Faixa de Gaza neste domingo. Eles vão oferecer serviços cirúrgicos essenciais para os gravemente feridos nas últimas três semanas durante os confrontos entre as forças israelenses e o Hamas. | |
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Nova equipe de MSF consegue entrar na Faixa de Gaza
Médicos Sem Fronteiras faz campanha de vacinação contra a febre amarela em Serra Leoa
Fonte: MSF
19/01/2009 – Médicos Sem Fronteiras (MSF) está participando de uma campanha de vacinação em resposta ao surto de febre amarela em Serra Leoa. A campanha de cinco dias teve início no dia dez de janeiro e tem como objetivo a imunização de 525 mil pessoas.
Trinta e cinco equipes de vacinação lideradas por MSF, com dez pessoas cada uma, estão trabalhando em Bo, a segunda maior cidade do país, e em suas redondezas. A doença, transmitida pela picada de mosquito, é tão séria que a confirmação de um único caso é suficiente para a realização de uma campanha de vacinação em massa.
Em resposta ao surto, as autoridades sanitárias de Serra Leoa decidiram vacinar toda a população do distrito de Bo, que tem aproximadamente 525 mil habitantes. MSF tem por responsabilidade imunizar 225 mil pessoas, ação realizada com a cooperação do Ministério da Saúde, que está encarregado de vacinar o restante da população.
"As pessoas que contraem a febre amarela correm um alto risco de morte e, como muitas pessoas na área não são vacinadas contra a doença, é importante ter acesso e vacinar essas pessoas rapidamente, para prevenir que essa doença se espalhe", contou Johan Mast, chefe de missão de MSF na Serra Leoa.
Não há tratamento específico disponível para a febre amarela e a única opção é tratar os sintomas, que incluem febre, icterícia e hemorragias. Entre os que contraem a forma mais grave da doença, cerca da metade morre. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a febre amarela provoque a morte de 30 mil pessosa por ano, principalmente na África. Surtos da doença podem ser prevenidos e controlados com campanhas de vacinação em massa, cujo foco são adultos, com exceção das mulheres grávidas, assim como crianças com mais de nove meses de idade.
Na semana passada, equipes de MSF deram início às atividades de comunicação para informar as pessoas no distrito sobre a campanha e a importância de se vacinar.
"Nós temos carros com auto-falantes circulando, cartazes espalhados pelo vilarejo e centros de saúde e mensagens no rádio para que as pessoas tomem conhecimento da campanha", afirmou Vikki Stienen, coordenadora de emergência de MSF em Bo. "Nós também temos promotores de saúde usando megafones e que tiveram encontros com os líderes locais, professores e autoridades do governo".
A febre amarela é endêmica em Serra Leoa e as imunizações de rotina só tiveram início em 2002, tendo como foco bebês com entre nove e 12 meses, mas deixando a maioria da população desprotegida contra o vírus.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Novos pacientes com Ebola em Kasai Oeste
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Fonte: MSF | |||
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Gaza: MSF pede que trabalho humanitário possa ser feito de maneira segura
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Mesmo com autorização das autoridades israelenses, equipes não têm conseguido atender os pacientes devido à violência Fonte: MSF 15/01/2009 – Apesar das declarações dadas pelas autoridades isralenses, a deterioração da situação de segurança na Faixa de Gaza está limitando de maneira extrema a assistência humanitária internacional. Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem dado apoio às unidades de saúde palestinas, que já não conseguem mais dar conta de milhares de pacientes feridos e pede que todas as partes envolvidas no conflito permitam que a ajuda médica possa entrar e trabalhar de maneira segura na Faixa de Gaza. | |
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Onda de violência na Somália obriga milhares a fugir
![]() | Na região de Galgaduud conflitos fizeram com que a população buscasse refúgio nas florestas, vivendo de forma precária |
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Fonte: Medicos Sem Fronteiras - MSF Brasil www.msf.org.br |
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
MSF - Questões de segurança complicam situação em Gaza
![]() | Equipe palestina continua providenciando atendimento nas áreas onde moram, assistência é limitada |
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12/01/2009 - A trégua nos ataques não tem contribuído para que os trabalhadores humanitários façam seu trabalho e para que pacientes cheguem aos hospitais. Ela abrange apenas a cidade de Gaza e não as áreas urbanas nos arredores. A clínica de cuidados pós-operatórios de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza está aberta todos os dias, mas, por causa dos riscos, poucos pacientes conseguem chegar. |
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Israel envia reservistas para a Faixa de Gaza
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Israel diz ter realizado 12 ataques na madrugada de segunda-feira |
O país também enviou unidades de reservistas para o território palestino, mas negou que isso signifique uma intensificação da ofensiva.
Há relatos de que pelo menos um foguete foi lançado contra Israel a partir de Gaza no início da manhã.
Ainda nesta segunda-feira, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, agora enviado especial do chamado Quarteto (grupo formado por Rússia, União Européia, ONU e Estados Unidos para negociações de paz no Oriente Médio), chega ao Cairo para uma rodada de conversas com representantes egípcios, israelenses e palestinos.
Vítimas
Autoridades dos serviços de saúde palestinos afirmam que quase 900 pessoas foram mortas desde que a ofensiva começou, em 27 de dezembro.
Um jornalista da BBC que trabalha em Gaza disse nesta segunda-feira que o suprimento de alimentos e remédios está cada vez mais baixo e que a população está com medo de sair às ruas.
Dois médicos noruegueses que estão atuando no Hospital de Al-Shifa, o principal do território palestino, afirmaram à BBC que os pacientes estão morrendo porque faltam especialistas e equipamentos básicos.
Além disso, por causa dos freqüentes cortes na eletricidade, muitas cirurgias estão sendo conduzidas à luz de lanternas.
Segundo eles, metade dos pacientes são civis, inclusive crianças pequenas com ferimentos provocados por projéteis e destroços de explosões.
Os médicos disseram ainda que 12 funcionários dos serviços de saúde foram mortos em serviço, quando suas ambulâncias foram atingidas por bombardeios apesar de estarem claramente identificadas.
Objetivos
Do lado israelense, segundo as autoridades, pelo menos 13 pessoas morreram desde o início da ofensiva.
Nesta segunda-feira, o porta-voz do governo Mark Regev disse à BBC que o Exército vai manter a pressão sobre o grupo palestino Hamas.
"Acreditamos que nossa pressão está sendo eficiente em destruir o aparato militar do grupo", afirmou.
Segundo o Exército israelense, alguns reservistas convocados estão sendo usados para renovar as tropas que já estão atuando em Gaza, mas que isso não significa uma escalada da ofensiva.
No domingo, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que o país está se aproximando dos objetivos da sua campanha militar na Faixa de Gaza e deu sinais de que ela deve continuar.
"Este é o momento de transformar as conquistas nos objetivos que nos impusemos", afirmou Olmert. "Israel está se aproximando dos objetivos que se impôs, mas ainda são necessários mais paciência, determinação e esforço."
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Provável surto de ebola mata 13 na República Democrática do Congo
Provável surto de ebola mata 13 na República Democrática do Congo
Quatro testes para a doença deram positivo, diz ONG.
Equipe de especialistas tenta conter o surto.
Da EFE, em Nairóbi
Apesar de mais de 20 amostras sanguíneas serem enviadas a diferentes laboratórios da capital congolesa, Kinshasa, e a outros da África do Sul e Gabão, por enquanto somente quatro delas deram positivo no teste de ebola, segundo a organização.
A MSF especifica, no entanto, que ainda se desconhecem os resultados dos exames realizados nos 13 mortos.
Uma equipe de 18 especialistas enviados pela MSF à área do surto tenta controlar a expansão do surto.
A febre do vírus ebola, que se manifesta com febre, vômitos e diarréias hemorrágicas, adquire seu nome do rio Ebola, no noroeste da RDC, onde foi identificado pela primeira vez, em 1976, quando 280 pessoas morreram na localidade de Yambuku.
A MSF concentra seus esforços em isolar e fornecer remédios e atendimento psicológico às pessoas infectadas em um centro da localidade de Kampungu, perto de Kaluamba, epicentro do surto na província de Kasai Ocidental.
Em segundo lugar, trata de seguir a evolução de cerca de 200 pessoas que mantiveram contato com doentes.
Ao mesmo tempo, desenvolve uma campanha educativa sobre o vírus entre a população e oferece assistência médica gratuita na área afetada pelo surto, a fim de superar as barreiras financeiras que impedem as famílias de manter cuidados sanitários.
O ebola é altamente contagioso e o vírus predominante na RDC, denominado Ebola Zaire, tem um índice de mortandade entre 60% e 90%. Tanto parentes dos pacientes quanto o próprio pessoal sanitário são expostos a um possível contágio.
Em 2007, também na região de Kasai Ocidental, a febre ebola matou 187 pessoas. Outro surto grave de ebola na RDC foi o registrado em 1995 na localidade de Kikwit, onde morreram 245 de um total de 315 pessoas infectadas.
A reaparição do ebola na RDC é um problema a mais na crítica situação humanitária que sofre o país, onde os últimos confrontos entre os soldados dos rebeldes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP) e as tropas governamentais obrigaram mais de 250 mil pessoas a deixarem suas casas no interior do país.´Fonte: g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL946591-5602,00.html
ONU exige cessar-fogo, mas Israel mantém ataques
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Israel continuou a bombardear a Faixa de Gaza durante a madrugada desta sexta-feira, depois de o Conselho de Segurança ter aprovado uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato das hostilidades na região.
A resolução, esboçada pela Grã-Bretanha e aprovada por 14 dos 15 membros do órgão, pede, além do cessar-fogo, o livre acesso de agências de auxílio humanitário a Gaza e que os países-membros intensifiquem os esforços para fazer com que se alcance uma trégua duradoura.
Este foi o primeiro posicionamento oficial do Conselho de Segurança da ONU em relação ao conflito desde o início da ofensiva israelense, em 27 de dezembro.
Após a aprovação da resolução, a ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, disse que seu país continuará a agir pensando na segurança de seus cidadãos.
Israel lançou pelo menos 50 ataques durante a madrugada desta sexta-feira. A Força Aérea israelense diz que atingiu depósitos de armas e locais usados para lançamentos de foguetes.
Médicos palestinos dizem que pelo menos cinco membros de uma famíla, entre eles uma criança, morreram em um ataque contra uma casa. Há informações de que outro bombardeio destruiu por completo um prédio de cinco andares.
As estimativas são de que, em quase duas semanas, o conflito tenha matado 770 palestinos e 14 israelenses.
'Um passo à frente'
O governo dos Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, preferiu se abster da votação na sede da ONU em Nova York, embora a secretária de Estado, Condoleezza Rice, tenha classificado a resolução como “um passo à frente”.
Ela afirmou que, no entanto, os Estados Unidos preferem esperar os resultados da mediação egípcia no conflito.
Rice e os ministros das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Miliband, e da França, Bernard Kouchner, passaram o dia em intensas negociações com os representantes dos países árabes.
Pouco antes da votação, os três países acabaram retirando sua oposição a uma resolução que pedia um cessar-fogo imediato na região.
Nas discussões anteriores, EUA, França e Grã-Bretanha, defendiam que o CS apresentasse um documento mais ameno.
“Nesta noite, finalmente, as Nações Unidas estão falando claramente a uma só voz. A ONU está pedindo claramente por um cessar-fogo, por uma ação contra o contrabando de armas (para o Hamas) e pela abertura das fronteiras (de Gaza)”, disse o ministro britânico David Miliband.
A resolução contempla uma das demandas de Israel, que exige o fim do contrabando de armamentos pelo Hamas na fronteira de Gaza com o Egito.
Já o Hamas exige que um acordo de trégua inclua o fim do bloqueio a Gaza.
Enquanto isso, os esforços por um acordo de cessar-fogo continuam sob a mediação egípcia, no Cairo.
Um alto-funcionário da Defesa israelense encontra-se no Cairo para ouvir os detalhes da proposta de trégua elaborada pelo Egito e a França, enquanto uma delegação do Hamas é esperada na cidade para “discussões paralelas”.
Novos ataques
Enquanto o Conselho de Segurança votava a resolução, Israel aparentemente empreendeu novos ataques contra a Faixa de Gaza.
Segundo autoridades médicas palestinas, pelo menos seis pessoas teriam morrido na ofensiva desta noite.
Em uma informação que não pôde ser confirmada de maneira independente, o Hamas afirmou que uma bomba teria destruído um bloco de apartamentos de cinco andares ao sul de Gaza.
Interrupção na ajuda humanitária
Na quinta-feira, a ONU anunciou ter suspendido suas operações de ajuda humanitária na Faixa de Gaza devido ao perigo que seus funcionários correm com os ataques israelenses.
"Nós suspendemos nossas operações em Gaza até que as autoridades israelenses possam garantir a nossa segurança", disse o porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês), Chris Gunness.
"Nossas instalações foram atingidas, nossos funcionários foram mortos, apesar do fato de as autoridades israelenses terem as coordenadas sobre nossas instalações e de todos os nossos movimentos serem coordenados com o Exército israelense", acrescentou.
"É com grande pesar que a UNWRA foi forçada a tomar essa difícil decisão", completou Gunness.
A UNWRA comunicou a decisão depois que uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas em um ataque israelense contra uma empilhadeira da agência, perto da passagem de Erez.
Cruz Vermelha
Também na quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha acusou Israel de não cumprir sua obrigação de ajudar os civis feridos pelos ataques na Faixa de Gaza.
Segundo a organização, seus funcionários presenciaram cenas "chocantes". Em um incidente, uma equipe médica disse ter encontrado pelo menos 12 corpos em uma casa destruída por bombardeios em Zeitun, ao sul da Cidade de Gaza.
Junto aos cadáveres, segundo a Cruz Vermelha, estavam quatro crianças apavoradas, muito fracas para conseguir levantar, sentadas ao lado dos corpos de suas mães.
A Cruz Vermelha afirma que os agentes humanitários foram impedidos de chegar ao local por dias após o bombardeio.
"Esse é um incidente chocante", disse o chefe de operações da Cruz Vermelha para Israel e territórios palestinos, Pierre Wettach, em um comunicado.
"O Exército de Israel deve ter tomado conhecimento da situação, mas não prestou assistência aos feridos", acrescentou. "E também não permitiu que nós e as equipes do Crescente Vermelho levássemos auxílio aos feridos.quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
ESCUTE - CELSO AMORIN VAI A FAIXA DE GAZA
Abir Youssef al-Dweik , brasileira residente na Faixa de Gaza
Cruz Vermelha acusa Israel de dificultar acesso a feridos
Fonte: Folha on Line
A Cruz Vermelha Internacional acusou Israel nesta quinta-feira de atrasos "inaceitáveis" no acesso de trabalhadores humanitários a casas atingidas por projéteis em Gaza, onde foram encontrados 15 mortos e 18 feridos. Ao menos 700 palestinos morreram e outros 3.000 ficaram feridos nos 13 dias de ofensiva à faixa de Gaza.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), baseado em Genebra, disse que o Exército de Israel se recusou a permitir que trabalhadores humanitários chegassem ao local, em Zeitoun.
Israel disse que o atraso foi causado por confrontos na área e acusou o Hamas de usar civis palestinos como escudos humanos. Desde quarta-feira, Israel realiza uma trégua diária de três horas para permitir a remoção de civis e o envio de ajuda. No entanto, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-Moon, afirmou que Israel atacou um comboio da organização durante a pausa desta quinta-feira, matando dois motoristas.
Trabalhadores humanitários da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho palestino receberam permissão para entrar nas casas atacadas durante a trégua de quarta-feira, quatro dias após as construções terem sido atingidas.
"Esse é um incidente chocante", afirmou Pierre Wettach, chefe da CICV para a região.
Crianças
A equipe de resgate "encontrou quatro crianças pequenas próximas às suas mães mortas em uma das casas. Elas estavam muito fracas para ficarem de pé. Um homem também foi encontrado vivo, fraco demais para ficar de pé", acrescentou.
"No todo, havia ao menos 12 corpos em colchões de uma das casas".
Dan Balilty/AP |
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Tropas israelenses se dirigem à fronteira com a faixa de Gaza; agência da ONU suspende atividades após ataque a comboio |
A organização afirmou que as crianças e os feridos tiveram de ser transportados em carroças puxadas por mulas até as ambulâncias.
"Os militares israelenses devem ter ficado a par da situação, mas não deram assistência aos feridos", afirma comunicado da organização. "Nem tornaram possível para nós ou para o Crescente Vermelho palestino ajudar os feridos.
A organização afirmou que "nessa instância, o Exército de Israel falhou em cumprir com sua obrigação sob a lei internacional de se preocupar e remover os feridos". O comunicado diz ainda que "o atraso em permitir o acesso aos serviços de resgate é inaceitável".
O CICV disse ainda que Israel recusou demandas da organização para prestar socorro em outras casas destruídas da mesma vizinhança da cidade de Gaza, onde tinham relatos de mais feridos.
Resgates
Ainda nesta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde disse que 21 palestinos que trabalham no socorro às vítimas foram mortos, e outros 30 ficaram feridos desde o início da operação.
"Os israelenses estão atirando em todo mundo que tenta buscar os corpos", afirmou Haider Eid, professor da universidade Al Quds, à Folha Online, por telefone, de Gaza.
"Eu estava com dois ativistas internacionais, um do Canadá e outro da Espanha", disse o palestino. "Eles estavam em uma ambulância que buscava corpos em Jabaliya, começaram a disparar contra a ambulância, e dois médicos que estavam dentro da ambulância ficaram feridos."
Exército
O Exército de Israel não comentou detalhes da declaração do CICV, mas disse que coopera de perto com organizações humanitárias para ajudar os civis.
"As Forças de Defesa de Israel (FDI) estão engajadas em uma batalha contra a organização terrorista Hamas, que deliberadamente usa civis palestinos como escudos humanos", afirma comunicado do Exército israelense.
"As FDI de forma alguma miram em alvos civis e tem demonstrado sua vontade de abortar operações para salvar vidas civis e se arriscam para ajudar civis inocentes." Israel disse que irá investigar qualquer queixa formal contra a conduta dos militares durante a atual operação militar.
O embaixador de Israel em Genebra, Aharon Leshno-Yaar, negou que seu país esteja falhando em cumprir com suas obrigações humanitárias.
Outros grupos de ajuda também afirmam que chegar a Gaza continua sendo um problema. Nesta quinta-feira, a ONU suspendeu sua ajuda humanitária a Gaza após um tanque de guerra atirar contra um comboio da organização.
O CICV disse que irá continuar suas operações, apesar de um de seus comboios ter ficado sob fogo israelense na passagem de Netzarim. Um motorista ficou levemente ferido.
ONU suspende operações de ajuda na Faixa de Gaza
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Cruz Vermelha acusa Israel de não prestar assistência a civis feridos |
"Nós suspendemos nossas operações em Gaza até que as autoridades israelenses possam garantir a nossa segurança", disse o porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês), Chris Gunness.
"Nossas instalações foram atingidas, nossos funcionários foram mortos, apesar do fato de as autoridades israelenses terem as coordenadas sobre nossas instalações e de todos os nossos movimentos serem coordenados com o Exército israelense", acrescentou.
"É com grande pesar que a UNWRA foi forçada a tomar essa difícil decisão", completou Gunness.
A UNWRA já havia afirmado que uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas em um ataque israelense contra uma empilhadeira da agência, perto da passagem de Erez.
O Exército israelense não comentou as mortes, mas disse que o episódio estava sendo investigado.
Cruz Vermelha
Também nesta quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que Israel não está cumprindo sua obrigação de ajudar os civis feridos pelos ataques na Faixa de Gaza.
Segundo a organização, seus funcionários presenciaram cenas "chocantes". Em um incidente, uma equipe médica disse ter encontrado pelo menos 12 corpos em uma casa destruída por bombardeios em Zeitun, ao sul da Cidade de Gaza.
Junto aos cadáveres, segundo a Cruz Vermelha, estavam quatro crianças apavoradas, muito fracas para conseguir levantar, sentadas ao lado dos corpo de suas mães.
A Cruz Vermelha afirma que os agentes humanitários foram impedidos de chegar ao local por dias após o bombardeio.
"Esse é um incidente chocante", disse o chefe de operãções da Cruz Vermelha para Israel e territórios palestinos, Pierre Wettach, em um comunicado.
"O Exército de Israel deve ter tomado conhecimento da situação, mas não prestou assitência aos feridos", acrescentou. "E também não permitiu que nós e as equipes do Crescente Vermelho levassemos auxílio aos feridos."
Israel
Um porta-voz do governo israelense, Mak Regev, disse não ter conhecimento do incidente citado pela Cruz Vermelha, mas afirmou que Israel apóia o trabalho da entidade em Gaza.
"Não tenho conhecimento, e peço desculpas, sobre os detalhes desse caso específico", afirmou Regev. "O que eu posso dizer é que Israel tem uma relação muito boa com a Cruz Vermelha."
"Nós abrimos canais de comunicação", acrescentou. "Se há problemas de coordenação, de logística, ou outras dificuldades, nós podemos solucionar essas questões."
"Nós apoiamos o que a Cruz Vermelha está fazendo em Gaza, queremos ajudá-los a fazer seu trabalho, nós vemos como nosso papel ajudar esses trabalhadores humanitários em Gaza e estamos tentando trabalhar com eles da maneira mais eficaz possível", disse o porta-voz.
A ação militar israelense na Faixa de Gaza teve início em 27 de dezembro e já deixou cerca de 700 palestinos e 11 israelenses mortos.
Como Israel não permite a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza, as informações sobre o número de mortos não podem ser confirmadas.
Segundo o governo de Israel, o objetivo da ação é atingir os militantes do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, e interromper o lançamento de foguetes contra o território israelense.
Escute o Audio - Ataques do Líbano atingem norte de Israel
Ataques do Líbano atingem norte de Israel
Reportagem publicada em 08/01/2009 Última atualização 08/01/2009 13:04 TU

Tropas da força de paz da Onu reforçaram o controle no sul do Líbano para evitar novos ataques contra Israel.
Foto: Reuters
Vários foguetes foram disparados do sul do Líbano sobre o norte de Israel na manhã desta quinta-feira (8), deixando 2 pessoas feridas nas proximidades de Naharyia, a oeste da Galiléia, segundo fontes militares israelenses. Israel contra atacou imediatamente, lançando também foguetes contra o sul do Líbano, segundo um porta-voz do exército israelense.
O porta-voz do grupo radical Hamas no Líbano declarou que o movimento islâmico não é o autor dos disparos.
O movimento xiita libanês Hezbollah, implantado no sul do país, declarou não ter nenhuma informação imediata sobre os tiros de foguetes e informou ao governo libanês que não está implicado nos ataques contra o norte de Israel.
Líderes do movimento xiita garantiram às autoridades do país que respeitam a resolução 1701 da ONU que garantiu o fim das hostilidades entre israelenses e os militantes do Hezbollah em 2006.
O governo libanês condenou os disparos de foguetes contra Israel.
Fontes militares israelenses acreditam que os ataques foram disparados por palestinos residentes no território libanês e que querem envolver o Líbano no conflito.
A força das Nações Unidas no Líbano, a Finul, informou que vai abrir investigações para descobrir a autoria dos ataques contra Israel.
Um fonte militar, que preferiu não ser identificada, declarou à agência de notícias France Presse que a Finul decretou um "estado de alerta reforçado" a partir das 8 horas da manhã, pelo horário local. Unidades militares da força de paz da Onu foram deslocadas para ocupar todas as áreas da fronteira com Israel para evitar novos lançamentos de foguetes.
Essa foi a primeira vez desde junho de 2007 que foguetes voltaram a ser disparados do sul do Líbano contra Israel. Na época, os ataques foram realizados por facções palestinas e não causaram vítimas.
Durante a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006, inúmeros foguetes foram disparados contra o território israelense, matando pessoas. Na quarta-feira (7), o líder do grupo Hezbollah, Hassan Nasrallah, havia afirmado estar preparado para uma nova guerra contra Israel, ameaçando o Estado hebreu de represálias ainda maiores do que as que ocorreram no conflito em 2006 se Israel decidir estender os atuais combates contra o Hamas na Faixa de Gaza ao Hezbollah no Líbano.
Na última terça-feira (6), o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, havia alertado o Hezbollah sobre os riscos de qualquer tentativa do movimento xiita de iniciar um novo confronto na fronteira entre Israel e Libano.
Gaza
Paralelamente aos ataques envolvendo o Líbano, os combates do exército israelense na Faixa de Gaza se intensificaram nesta quinta-feira, décimo terceiro dia da ofensiva militar. Israel realizou durante a madrugada vários ataques aéreos no sul de Gaza, na cidade de Rafah, proxima à fronteira com o Egito. O exército de Israel informou que visava destruir túneis que serviriam para o contrabando de armas para o Hamas.
Um bombardeio contra uma mesquita na cidade de Gaza na noite de quarta-feira destruiu o prédio e deixou três pessoas feridas, segundo fontes palestinas. As operações militares israelenses foram retomadas após uma breve interrupção de três horas na quarta-feira para a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O governo israelense declarou aceitar “em princípio” o plano franco-egípcio de cessar-fogo. Nesta quinta-feira, um conselheiro político do ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, participa no Cairo de um reunião para discutir as possibilidades de uma eventual trégua nos combates.
ÁUDIO
Repórter on line
Para Piorar - Foguetes do Líbano contra Israel aumentam temor de nova guerra
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Tariq Saleh
De Beirute, Líbano, para a BBC Brasil
Pelo menos três foguetes Katiushas foram disparados na manhã desta quinta-feira contra o norte de Israel vindos do sul do Líbano, aumentando o temor de que o país árabe possa ser arrastado para uma nova guerra com o vizinho.
Como medida de segurança, o sul do Líbano foi colocado em alerta máximo. Várias escolas tiveram suas aulas canceladas, e há notícias de que moradores que vivem nas cidades ao longo da fronteira já estariam deixando suas casas e rumando para o norte.
Em 2006, Israel e o Hezbollah lutaram um violento conflito que matou 1.200 libaneses, a maioria civis, e 160 israelenses, a maioria militares.
Segundo as autoridades israelenses, os foguetes não causaram vítimas, mas deixaram cinco pessoas feridas e outras em estado de choque. Recentemente, Israel já havia declarado que retaliaria qualquer ataque vindo do Líbano.
Após o ataque, que atingiu a região da cidade israelense de Nahariya, o Exército de Israel lançou um breve fogo de artilharia, atingindo os arredores das cidades libanesas de Dhaira e Tair Harfa, sem deixar vítimas.
Os ataques vindos do Líbano ocorreram após uma das noites de ataques mais intensas desde que a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza começou com 60 ataques aéreos contra alvos que, segundo o governo israelense, incluem um depósito de armas do Hamas e túneis perto da fronteira com o Egito que seriam usados para o contrabando de armas.
O Exército libanês e tropas das forças de paz da ONU (UNIFIL) realizaram patrulhas para tentar identificar os autores dos disparos. O Hamas negou que tenha disparado contra Israel a partir do Líbano.
A imprensa local especulou que a fação Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral (FPLP-CG), do líder Ahmad Jibril, poderia estar por trás do ataque. Jibril não confirmou nem negou a autoria do ataque.
Tensão
Desde que a ofensiva israelense em Gaza começou, há 13 dias, libaneses temem que o Hezbollah possa atacar o território israelense, abrindo uma segunda frente de combate para Israel.
O líder do grupo xiita disse na quarta-feira em discurso que suas forças estavam em alerta máximo e prontas para lutar contra Israel em caso de agressão. Foi a primeira vez que Nasrallah falou da possibilidade de uma nova guerra com os israelenses.
Antes disso, Nasrallah se limitava a criticar Israel, os países árabes e a comunidade internacional por nada fazer em favor dos palestinos.
O Hezbollah, assim como o Hamas, recebe forte apoio político e militar de Síria e Irã, países considerados inimigos por Israel.
Nos últimos dias, os militares libaneses e da Unifil (a força da ONU no sul do Líbano) estavam em alerta, realizando mais patrulhas para evitar que ataques fossem realizados contra Israel no sul do país.
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, já havia declarado que se Israel atacasse o sul do Líbano, o governo entenderia como um ataque à todo o Líbano.
Pressão
Após a guerra entre Hezbollah e Israel, em 2006, o grupo xiita tem estado sob enorme pressão de seus rivais políticos no Líbano para se desarmar.
Atualmente, o Hezbollah faz parte de um governo de união nacional com poder de veto sobre decisões importantes.
Em fevereiro de 2008, um alto comandante militar do grupo xiita, Imad Mughniyeh, foi assassinado em um atentado com carro-bomba em Damasco, na Síria.
O Hezbollah culpou Israel pela morte de Mughniyeh e jurou vingança.
Em novembro, sete foguetes Katiushas foram encontrados no sul do Líbano por tropas da ONU e Exército libanês. Eles estavam programados e prontos para serem disparados contra Israel.
O Hezbollah, então, pediu uma séria investigação sobre o incidente e negou ter posicionado os foguetes.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
RDC: Treze pessoas morreram com suspeita de ebola
![]() | Fonte: RDC: MSF www.msf.org.br Mais de 40 pessoas podem ter contraído a doença na província de Kasai Oeste, afirmam equipes de Médicos Sem Fronteiras |
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07/01/2009 – Um total de 42 pacientes foram registrados com suspeita de ter contraído a febre hemorrágica ebola na província de Kasai Oeste, na região central da República Democrática do Congo (RDC). Deste total, 13 morreram. Estima-se que o epicentro da epidemia seja no vilarejo de Kaluamba, no centro da província. |
Gaza: Ofensiva militar atinge palestinos e equipes de ajuda
![]() | Fonte: MSF www.msf.org.br Em apenas 11 dias, bombardeios provocaram a morte de 600 pessoas, deixaram quase 3 mil feridas e os hospitais sobrecarregados e com falta de material médico |
07/01/2009 – A ofensiva militar isralense, que em apenas 11 dias provocou cerca de 600 mortes e deixou 2.950 pessoas feridas, tem ganhado proporções alarmantes e já pode ser considerado um dos episódios mais violentos da região, atingindo as populações de maneira indiscriminada. "Um milhão e meio de palestinos na Faixa de Gaza, quase metade crianças, são alvos de balas e bombardeios incessantes", afirma Franck Joncret, chefe de missão de Médicos Sem Fronteiras. Quem poderia imaginar que esse rolo compresssor massacraria os civis, que não têm como fugir e estão presos em um eclave densamente populado?" |
Não tem Jeito - Após trégua, Israel retoma ataques em Gaza
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Mais de 600 palestinos já morreram desde início de ação israelense |
O governo israelense disse que haverá uma pausa diária nos ataques para permitir que a população de Gaza possa receber auxílio médico e suprimentos.
O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, também disse que não vai lançar foguetes contra o território israelense durante essas pausas diárias.
Nesta quarta-feira, o governo israelense disse que concordou "em princípio" com um plano de cessar-fogo para Gaza.
Um porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse que Israel recebeu bem o plano apresentado pela França e pelo Egito. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que a Autoridade Palestina também concordou com a proposta.
Um membro do alto escalão do Hamas disse à BBC que, apesar de "sinais positivos", ainda não houve um acordo em relação ao plano do cessar-fogo. A Autoridade Palestina é controlada pelo Fatah, grupo rival do Hamas.
Vítimas
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas e do Ministério da Saúde palestino, mais de 600 palestinos morreram desde o início da operação militar israelense, em 27 de dezembro. Entre as vítimas estão pelo menos 205 crianças, segundo fontes palestinas.
Segundo o governo israelense, sete de seus soldados foram mortos desde o início da ação e quatro israelenses morreram em decorrência de foguetes lançados por militantes palestinos.
Israel diz que o objetivo da ação militar em Gaza é fazer com que os militantes parem de lançar foguetes contra seu território.
O anúncio das pausas diárias de três horas nos bombardeios veio depois da decisão de Israel de aceitar a criação de um corredor para permitir o envio de suprimentos ao território palestino, onde vivem 1,5 milhão de palestinos.
A decisão de permitir a criação de um corredor para levar ajuda aos habitantes da Faixa de Gaza foi anunciada pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.
Segundo o governo, Israel vai abrir algumas áreas "por períodos limitados de tempo, durante os quais a população vai poder receber ajuda".
A intenção da proposta, segundo o gabinete de Olmert, é "evitar uma crise humana" na região. Israel vai suspender ataques contra áreas específicas de Gaza para permitir que os habitantes possam receber e estocar produtos de primeira necessidade.
Para John Ging, da agência de auxílio aos refugiados palestinos das Nações Unidas, a oferta israelense é um avanço na crise, mas a prioridade continua sendo o fim da violência na região.
Fonte:BBC Brasil
Israel confirma interrupção nos ataques para entrada de ajuda humanitária
Israel confirma interrupção nos ataques para entrada de ajuda humanitária
da Folha Online
Atualizado às 09h52.
Um porta-voz das Forças de Defesa israelenses confirmou a interrupção, a partir das 9h desta quarta-feira, da ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza. A proposta, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, foi apresentado pelos líderes do Exército e visa, segundo Tel Aviv, "prevenir uma crise humanitária" na região.
O porta-voz Peter Lerner confirmou às agências internacionais de notícias Associated Press e France Presse que a interrupção foi efetivamente cumprida nesta quarta-feira. Ela deve durar três horas, até às 16h (12h, no horário de Brasília). "Posso confirmar que há um cessar nas atividades ofensivas neste momento para facilitar o tráfego de ajuda humanitária e permitir à população que garanta provisões e facilitar o trabalho das organizações não-governamentais", disse Lerner.
O Exército de Israel anunciou na manhã desta quarta-feira que iria interromper os bombardeios em Gaza durante três horas todos os dias para permitir a entrada dos caminhões de ajuda humanitária.
A decisão foi adotada depois que Israel aceitou abrir um corredor humanitário na faixa de Gaza para auxiliar os cerca de 1,5 milhão de palestinos que vivem na região e que, há doze dias consecutivos, vivem sob constantes bombardeios aéreos, navais e terrestres pela grande ofensiva militar lançada por Israel contra alvos do movimento islâmico radical Hamas.
A ofensiva militar já deixou mais de 600 mortos e cerca de 2.500 feridos. Entre as vítimas, estão ao menos 40 palestinos mortos em um ataque de tanques israelense contra uma escola administrada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Autoridades palestinas na faixa de Gaza disseram que foram informadas de que Israel interromperia os ataques durante um período para permitir que as lojas abram e os funerais das vítimas ocorram.
Segundo estimativas da ONU, os ataques israelenses deixaram 80% da população completamente dependente de ajuda humanitária. Enquanto a ONU insiste em um cessar-fogo efetivo na região, suas agências alertam para a crise humanitária causada pela destruição de mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infraestrutura da faixa de Gaza.
Corredor
O gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert anunciou nesta quarta-feira que Israel abrirá o corredor humanitário "para prevenir uma crise humanitária na Faixa de Gaza". A decisão foi comunicada à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
As agências de ajuda humanitária, e principalmente a ONU, reclamaram do agravamento na crise humanitária da região por causa da ofensiva israelense. Com a entrada do Exército, o território foi dividido, grandes áreas urbanas foram cercadas e o pouco fluxo de suprimentos foi ainda mais reduzido.
Um porta-voz de Olmert, Mark Regev, descreveu a medida como "status especial para permitir a transferência de pessoas, comida e remédios".
A República Tcheca, que está na Presidência rotativa da União Europeia, pediu nesta quarta-feira que Israel que permita o livre acesso das agências humanitárias na região, e não apenas nas três horas diárias. "Pedimos a Israel que abra um corredor humanitário em Gaza e permita o livre acesso das organizações humanitárias ao território", diz um comunicado publicado pelo ministério tcheco de Relações Exteriores.
"Há uma escassez cruel em Gaza de produtos básicos, de sobrevivência. Falta água e eletricidade", diz o texto, publicada após o retorno da missão europeia pelo Oriente Médio, que fracassou em conseguir um cessar-fogo.
Entrada
Segundo a embaixada de Israel no Brasil, nesta terça-feira (6), 49 caminhões carregados de alimentos, remédios e equipamentos entraram na região. O WFP (Programa das Nações Unidas para Alimentos, em português) voltou a entregar mantimentos em Gaza, após um recesso de dois dias.
A passagem de Kerem Shalom também foi aberta para a entrada de 80 carregamentos de ajuda humanitária. O depósito de combustíveis de Nahal Oz funcionou e enviou 215 mil litros de diesel especial (necessário para a estação elétrica da região), 93 mil litros de diesel para uso dos diversos organismos das Nações Unidas e 50 toneladas de gás de cozinha para uso doméstico.
Segundo a ONU, este número supera a quantidade permitida antes da ofensiva, mas ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.
Atendendo à um pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Israel permitirá a entrada de dois médicos e duas enfermeiras, através da passagem de Erez. Também nesta terça-feira, a entidade qualificou a situação na faixa de Gaza como uma "crise humanitária plena do tipo mais grave".
Com agências internacionais
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Israel interromperá ataques por três horas diárias para entrada de ajuda humanitária
Israel interromperá ataques por três horas diárias para entrada de ajuda humanitária
O Exército de Israel anunciou que, a partir desta quarta-feira, vai interromper os bombardeios em Gaza durante três horas todos os dias para permitir a entrada dos caminhões de ajuda humanitária.
"Decidimos cessar os bombardeios em Gaza entre às 11h GMT (9h, no horário de Brasília) e às 14h GMT (12h, no horário de Brasília) todos os dias a partir de hoje, quarta-feira", afirmou a porta-voz militar, Avital Leibovich.
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Efe |
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Caminhões carregados com suprimentos fazem fila para entrar na faixa de Gaza |
A decisão foi adotada depois que Israel aceitou abrir um corredor humanitário na faixa de Gaza para auxiliar os cerca de 1,5 milhão de palestinos que vivem na região e que, há doze dias consecutivos, vivem sob constantes bombardeios aéreos, navais e terrestres pela grande ofensiva militar lançada por Israel contra alvos do movimento islâmico radical Hamas.
A ofensiva militar já deixou mais de 600 mortos e cerca de 2.500 feridos. Entre as vítimas, estão ao menos 40 palestinos mortos em um ataque de tanques israelense contra uma escola administrada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Autoridades palestinas na faixa de Gaza disseram que foram informadas de que Israel interromperia os ataques durante um período para permitir que as lojas abram e os funerais das vítimas ocorram.
Segundo estimativas da ONU, os ataques israelenses deixaram 80% da população completamente dependente de ajuda humanitária. Enquanto a ONU insiste em um cessar-fogo efetivo na região, suas agências alertam para a crise humanitária causada pela destruição de mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infraestrutura da faixa de Gaza.
Corredor
O gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert anunciou nesta quarta-feira que Israel abrirá o corredor humanitário "para prevenir uma crise humanitária na Faixa de Gaza". A decisão foi comunicada à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
Segundo o gabinete de Olmert, a iniciativa foi proposta pelos chefes do Exército e abrangerá várias áreas da faixa de Gaza para que os palestinos possam estocar alimentos e outros suprimentos de primeira necessidade.
As agências de ajuda humanitária, e principalmente a ONU, reclamaram do agravamento na crise humanitária da região por causa da ofensiva israelense. COm a entrada do Exército, o território foi dividido, grandes áreas urbanas foram cercadas e o pouco fluxo de suprimentos foi ainda mais reduzido.
Um porta-voz de Olmert, Mark Regev, descreveu a medida como "status especial para permitir a transferência de pessoas, comida e remédios".
Entrada
Segundo a embaixada de Israel no Brasil, nesta terça-feira (6), 49 caminhões carregados de alimentos, remédios e equipamentos entraram na região. O WFP (Programa das Nações Unidas para Alimentos, em português) voltou a entregar mantimentos em Gaza, após um recesso de dois dias.
A passagem de Kerem Shalom também foi aberta para a entrada de 80 carregamentos de ajuda humanitária. O depósito de combustíveis de Nahal Oz funcionou e enviou 215 mil litros de diesel especial (necessário para a estação elétrica da região), 93 mil litros de diesel para uso dos diversos organismos das Nações Unidas e 50 toneladas de gás de cozinha para uso doméstico.
Segundo a ONU, este número supera a quantidade permitida antes da ofensiva, mas ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.
Atendendo à um pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Israel permitirá a entrada de dois médicos e duas enfermeiras, através da passagem de Erez. Também nesta terça-feira, a entidade qualificou a situação na faixa de Gaza como uma "crise humanitária plena do tipo mais grave".
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Especial
Brasil chama ação de Israel de "terrorismo de Estado"
Brasil chama ação de Israel de "terrorismo de Estado"
Sergio Leo, de BrasíliaA ofensiva de Israel na Faixa de Gaza é "terrorismo de Estado" e se segue a um histórico de descumprimento de resoluções da ONU contra o país quanto à questão palestina, afirmou em entrevista ao Valor o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, elevando o tom da reação brasileira ao ataque de Israel ao grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Garcia diz que a crítica ao governo israelense não deve ser vistas como oposição a Israel, país que o presidente Luís Inácio Lula da Silva quer visitar este ano.
Em conversa telefônica ontem com a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em tom mais moderado, criticou a perda de vidas humanas e o uso "desproporcional" de força na ofensiva israelense contra os palestinos, invocou a necessidade de um cessar-fogo imediato e sugeriu um "possível" envio de uma missão observadora internacional.
Amorim, que invocou a "neutralidade" do Brasil no conflito, relatou a auxiliares que a ministra o ouviu "com atenção e respeito", mas não deu resposta. O telefonema foi iniciativa da ministra.
Garcia, apesar das críticas, argumenta que o Brasil não quer favorecer nenhum dos lados no conflito, mas buscar uma alternativa aceitável para a paz na região.
"Israel é intocável, mas o governo de Israel não pode permitir que isso seja uma justificativa para qualquer tipo de ação", argumentou Garcia, um dos principais conselheiros de Lula em política externa. Ele lembra que o governo brasileiro tem sido enfático em condenar as ações terroristas contra o Estado de Israel e o anti-sionismo.
"Quando há um atentado contra Israel, é um ato terrorista; quando uma ação do Exército israelense provoca morte de civis palestinos é uma reação de defesa?", questionou Garcia. "Isso é terrorismo de Estado, me desculpe", comentou, lembrando o bloqueio israelense ao abastecimento de energia e alimentos à Faixa de Gaza, sob controle de Hamas. Garcia reconhece que o governo Lula tem "simpatia" pela causa palestina, mas diz que o apoio aos palestinos não pode ser visto como um confronto com o Estado de Israel, cujo direito de existência pacífica o Brasil defende "intransigentemente".
Após o encontro com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, no fim do ano, o presidente Lula determinou ao Ministério de Relações Exteriores que realizasse consultas com a diplomacia francesa para buscar propostas conjuntas de paz para o Oriente Médio. Na última semana de 2008, Amorim fez contatos telefônicos com autoridades envolvidas na questão, defendendo uma reunião para discutir alternativas de paz na região.
Um dos principais pontos enfatizados pela diplomacia brasileira é o fim do bloqueio às regiões ocupadas pelos palestinos, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em conversas reservadas, diplomatas brasileiros graduados lembram que o bloqueio, que dificulta as condições de sobrevivência numa das regiões mais superpopuladas do planeta, é um dos maiores incentivos ao recrutamento da militância radical que sustenta o Hamas. Espremidos na Faixa de Gaza vivem 4.156 pessoas por quilômetro quadrado, lembra um dos principais auxiliares de Amorim.
Garcia e os diplomatas brasileiros negam que os crescentes interesse comerciais e de investimento entre o Brasil e os países árabes levem o governo a se inclinar pelas posições palestinas no conflito. Lembram que o governo Lula negociou uma agenda comercial com Israel e foi um dos principais incentivadores do acordo de livre comércio do Mercosul com Israel, firmado em 2008. O que Lula e seus assessores em política externa criticam é o que o presidente classificou, em Pernambuco, na semana passada, de desproporção na reação israelense aos mísseis lançados pelo Hamas contra Israel.
Lula, lembram seus auxiliares, comparou a ação do poderio militar israelense ao uso de bombas contra palitos de fósforo.
Em nota assinada por seu presidente, o deputado Ricardo Berzoini, o PT, principal partido do governo, caracteriza também os ataques do exército de Israel como "terrorismo de Estado". Afirma o PT que atentados não podem ser respondidos através de ações contra civis. "A retaliação contra civis é uma prática típica do exército nazista: Lídice e Guernica são dois exemplos disso", assinala o partido do presidente Lula. Para o PT, Israel tem o apoio dos Estados Unidos que, "se realmente quiser, tem os meios para deter os ataques".
FONTE: Valor Econômico
Publicado em: 06/01/2009