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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Campanha de vacinação usada como isca para atacar civis

Campanha de vacinação usada como isca para atacar civis

Administrador
Publicada em 06/11/2009 00:00

Exército da RDC lançou ataques em sete pontos onde MSF imunizava crianças contra o sarampo

06/11/2009 – Sete pontos de vacinação de Médicos Sem Fronteiras (MSF), onde milhares de civis estavam aglomerados, foram alvejados durante ataques realizados pelo Exército da República Democrática do Congo (RDC) contra as Forças Democráticas da Libertação de Ruanda ((FDLR) em Kivu Norte, na RDC. MSF denuncia esse inaceitável uso da ajuda humanitária para propósitos militares.

MSF lançou uma campanha de vacinação em massa no distrito de Masisi para apoiar a resposta do Ministério da Saúde à epidemia de sarampo. No dia 17 de outubro, as equipes médicas de MSF realizavam a vacinação de milhares de crianças em sete locais diferentes das zonas de Ngomashi e Kimua, controladas pela FDLR na época. Todas as partes envolvidas no conflito haviam dado garantias de segurança para que MSF pudesse realizar a vacinação nesses locais no dia marcado. No entanto, o Exército nacional congolês lançou ataques em cada um dos locais de vacinação. Todas as pessoas que vieram trazer seus filhos para serem imunizados foram forçadas a fugir do pesado tiroteio. Espalhados por todos os lados, eles agora estão em áreas que desconhecemos e não podem ser vacinados. MSF teve de interromper suas atividades nessas zonas e evacuar as equipes para a cidade de Goma.

“Sentimo-nos como se tivéssemos sido usados como isca”, afirma Luis Encinas, chefe dos programas de MSF na África Central. “Os ataques coincidiram com o início da nossa vacinação e puseram a vida dos civis em risco extremo. Milhares de pessoas, e as equipes de MSF, ficaram presas na linha de fogo. O ataque foi um uso inaceitável de nossa ação humanitária para cumprir objetivos militares. Como MSF vai ser percebida por essa população agora? Estamos comprometidos a denunciar essa situação, uma vez que essas ações comprometem seriamente nossa neutralidade”.

MSF é uma organização médica humanitária independente que oferece ajuda médica imparcial de acordo com os rígidos princípios de neutralidade. Essa neutralidade faz com que seja possível que as equipes de MSF possam realizar vacinações em zonas controladas pela FDLR que, até esse episódio, mantinham-se inacessíveis para a equipe do Ministério da Saúde.

Além disso, observou-se nos últimos meses um preocupante aumento dos ataques contra organizações humanitárias por vários grupos armados no norte e sul de Kivu.

“MSF pede que todas as partes envolvidas no conflito respeitem o trabalho das organizações humanitárias”, acrescenta Meinie Nicolai, diretora de operações de MSF. “Senão é a população que paga o preço. Os que já estão sobrecarregados pela extrema violência e deslocamento sem fim são os que podem acabar sem ajuda humanitária”.

Durante a campanha na região de Massis, 165 mil crianças com entre seis meses e 15 anos foram vacinadas contra sarampo. Em Masisi, MSF oferece apoio ao hospital, centro de saúde e administra clínicas móveis e campanhas de vacinação. MSF também leva cuidados médicos às pessoas nos distritos de Walikale, Rutshuru e Lubero, assim como na província de Kivu Sul. MSF trabalha em Kivu Norte desde 1992.

Novos confrontos registrados em Darfur Norte

Novos confrontos registrados em Darfur Norte

Administrador
Publicada em 04/11/2009 00:00

Doze pessoas feridas da cidade de Shangil Tobaya foram atendidas por equipes de Médicos Sem Fronteiras na região

04/11/2009 – Confrontos perto de Shangil Tobaya, cidade em Darfur Norte, provocaram vários danos e deixaram centenas de famílias desabrigadas. A organização médica humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou 12 feridos desde o dia 20 de outubro em suas unidades médicas. Nove deles tiveram de ser transferidos para o Hospital Escola Al-Fashir, estando atualmente em condições de saúde estável.

MSF distribuiu itens domésticos essenciais para cerca de 3,3 mil pessoas afetadas por esses recentes conflitos que buscaram refúgio em Um Dressaya e Shangil Tobaya. No entanto, a distribuição adicional de itens não alimentares é necessária devido à chegada de mais deslocados internos nos últimos dias.

Os itens domésticos – como lâminas de plástico, cobertores, colchões, sabão e galões d’água – vão ajudar as pessoas a lidar com a situação, enquanto outras necessidades adicionais estão sendo abordadas por outras organizações na região.

“Algumas pessoas tiveram de fugir com poucos de seus pertences e comida, e estão com muito medo, por isso MSF enviou uma equipe para assistência imediata”, contou Christine Buesser, vice-chefe de missão de MSF no Sudão.

MSF também enviou uma equipe composta por pessoal médico e trabalhadores de saúde comunitários para acompanhar a situação de saúde geral dos deslocados e para conduzir levantamentos nutricionais rápidos nas crianças. Elas vão ser incluídas na campanha de vacinação de pólio, que é patrocinada pelo Ministério da Saúde e tem apoio de MSF.

MSF está se associando a outros atores no Sul de Darfur para oferecer assistência em áreas para onde outros grupos menores de pessoas fugiram.

MSF tem trabalhado no Sudão desde 1979 e atualmente tem projetos no Estado Mar Vermelho, Kordofan Sul, Darfur Norte, Abyei e Sul do Sudão.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nova equipe de MSF consegue entrar na Faixa de Gaza

Grupo de seis profissionais vai fortalecer atendimento pós-cirúrgico para os gravemente feridos durante os confrontos.

Fonte: MSF

19/01/2009 – Uma equipe cirúrgica de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e outros funcionários entraram na Faixa de Gaza neste domingo. Eles vão oferecer serviços cirúrgicos essenciais para os gravemente feridos nas últimas três semanas durante os confrontos entre as forças israelenses e o Hamas.

A equipe internacional é composta por seis pessoas – um cirurgião vascular, um cirurgião ortopedista, um anestesista, uma enfermeira, um logístico e um coordenador de terreno.

A equipe teve de esperar em Jerusalém por dez dias pela autorização do governo de Israel e para ter a garantia do Exército de Israel de que poderia entrar com segurança pela Passagem de Erez, no norte da Faixa de Gaza, uma região muito perigosa e exposta. Outros pontos de entrada em Gaza não foram disponibilizados para MSF.

A equipe entrou com um comboio da Comissão Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e seguiu para a Cidade de Gaza, onde MSF mantém uma clínica pós-operatória e oferece suprimentos médicos para os hospitais.

Um carregamento de 21 toneladas de material médico enviado da Europa por MSF no dia 15 de janeiro ainda estava no Aeroporto Ben Gurion, no sábado, esperando ser inspecionado pela alfândega. Entre os suprimentos estão medicamentos, antibióticos, anestésicos, curativos, materiais cirúrgicos e duas tendas médicas infláveis, que vão abrigar as salas de operação e uma unidade de tratamento intensivo de dez leitos, nas quais a equipe vai trabalhar.

Equipe médica extra a caminho

Uma outra equipe medica de três pessoas – composta por um cirurgião, um anestesista e um coordenador de terreno – saiu do Cairo, no Egito, rumo a Rafah, uma cidade ao sul com a fronteira de Gaza. Depois de entrarem na região, eles vão para o norte da Cidade de Gaza. No entanto, o Egito está pedindo aprovação por escrito de todos os governos dos expatriados para entrar em Gaza, uma medida burocrática que provoca atrasos.

Uma terceira equipe de MSF composta de quatro pessoas – um cirurgião, uma enfermeira de emergência, um logístico e um cordenador de emergência – vai chegar em Rafah nesta segunda-feira. Eles vão tentar entrar em Gaza e, dependendo das condições de segurança, vão fazer um levantamento das necessidades no sul.

Adaptando as atividades em Gaza em meio ao perigo

Como muitos feridos e doentes estão presos em suas casas, a equipe médica palestina de MSF tem arriscado suas vidas para visitar os pacientes e realizar consultas domicilares, provendo o máximo de cuidados de saúde possível. Desde o dia 14 de janeiro, 317 pessoas foram tratadas, entre elas 92 com menos de 15 anos de idade e 56 mulheres.

A relativa calma ontem em Gaza permitiu o aumento da atividade na clínica pó-operatória de MSF na Cidade de Gaza. As clínicas em Beit Lahia, no norte de Gaza e em Khan Younis, no sul, continuam fechadas devido à violência e extrema insegurança.


Médicos Sem Fronteiras faz campanha de vacinação contra a febre amarela em Serra Leoa

Surto da doença fez governo do país decidir imunizar toda a população do distrito de Bo, que tem cerca de 525 mil habitantes

Fonte: MSF
19/01/2009 – Médicos Sem Fronteiras (MSF) está participando de uma campanha de vacinação em resposta ao surto de febre amarela em Serra Leoa. A campanha de cinco dias teve início no dia dez de janeiro e tem como objetivo a imunização de 525 mil pessoas.

Trinta e cinco equipes de vacinação lideradas por MSF, com dez pessoas cada uma, estão trabalhando em Bo, a segunda maior cidade do país, e em suas redondezas. A doença, transmitida pela picada de mosquito, é tão séria que a confirmação de um único caso é suficiente para a realização de uma campanha de vacinação em massa.

Em resposta ao surto, as autoridades sanitárias de Serra Leoa decidiram vacinar toda a população do distrito de Bo, que tem aproximadamente 525 mil habitantes. MSF tem por responsabilidade imunizar 225 mil pessoas, ação realizada com a cooperação do Ministério da Saúde, que está encarregado de vacinar o restante da população.

"As pessoas que contraem a febre amarela correm um alto risco de morte e, como muitas pessoas na área não são vacinadas contra a doença, é importante ter acesso e vacinar essas pessoas rapidamente, para prevenir que essa doença se espalhe", contou Johan Mast, chefe de missão de MSF na Serra Leoa.

Não há tratamento específico disponível para a febre amarela e a única opção é tratar os sintomas, que incluem febre, icterícia e hemorragias. Entre os que contraem a forma mais grave da doença, cerca da metade morre. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a febre amarela provoque a morte de 30 mil pessosa por ano, principalmente na África. Surtos da doença podem ser prevenidos e controlados com campanhas de vacinação em massa, cujo foco são adultos, com exceção das mulheres grávidas, assim como crianças com mais de nove meses de idade.

Na semana passada, equipes de MSF deram início às atividades de comunicação para informar as pessoas no distrito sobre a campanha e a importância de se vacinar.

"Nós temos carros com auto-falantes circulando, cartazes espalhados pelo vilarejo e centros de saúde e mensagens no rádio para que as pessoas tomem conhecimento da campanha", afirmou Vikki Stienen, coordenadora de emergência de MSF em Bo. "Nós também temos promotores de saúde usando megafones e que tiveram encontros com os líderes locais, professores e autoridades do governo".

A febre amarela é endêmica em Serra Leoa e as imunizações de rotina só tiveram início em 2002, tendo como foco bebês com entre nove e 12 meses, mas deixando a maioria da população desprotegida contra o vírus.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Novos pacientes com Ebola em Kasai Oeste


Ao todo, 46 pessoas com sintomas da febre hemorrágica, mas apenas sete já tiveram resultados positivos confirmados pelo laboratório

Fonte: MSF


14/01/2009 – Até terça-feira, um total de 46 pacientes apresentavam sintomas da feibre hemorrágica ebola na província de Kasai Oeste, parte central da República Democrática do Congo (RDC). Sete pacientes tiveram resultados positivos para o vírus do ebola depois de terem amostras de fluidos corporais analisadas em diferentes laboratórios. Dos sete confirmados, um veio a falecer. Os 39 pacientes restantes são todos "casos suspeitos", dos quais 13 faleceram.

Atualmente, há três pacientes suspeitos de ter contraído o ebola em um centro de isolamento construído por Médicos Sem Fronteiras em Kampungu, um vilarejo localizado no centro da província. Os primeiros dois pacientes são o que chamamos de "pessoas de contato". Isso significa que eles tiveram algum tipo de contato com um dos pacientes suspeitos de estar doente ou com os que tiveram testes positivos para a detecção do ebola. Nesse caso, os dois primeiros pacientes tiveram contato com uma mulher que havia morrido e cuja suspeita de ebola foi confirmada. Um paciente é sua filha de três anos de idade e outra é sua irmã, que tomou conta da criança desde que ela morreu.

É necessário monitorar as "pessoas de contato" para quebrar a linha de contaminação do surto de ebola. A equipe de MSF no terreno está acompanhando no momento cerca de 200 pessoas.

O terceiro paciente no centro de isolamento vem de um vilarejo a 20 quilômetros de Kampungu e não teve contato com nenhum outro doente anteriormente.

"Nós tememos que o vírus também possa estar localizado fora de Kampungu e Kaluamba," diz Dr. Michel Van Herp, epidemiologista de MSF. "No entanto, até segunda-feira à noite, seus sintomas pareciam mais com febre tifóide. De qualquer maneira, enquanto não tivermos a confirmação de que seu resultado é negativo para o Ebola ou que ele pare de mostrar sintomas, ele vai ficar no centro de isolamento. Nossa equipe colheu amostras de todos os três pacientes para confirmar se o vírus está presente. Até o presente momento, todos os três estão bem. Estão comendo, caminhando sozinhos e não precisam de rehidratação", acrescentou Van Herp.

Para evitar a contaminação no centro de isolamento, MSF toma algumas medidas. A equipe está seguindo um protocolo restrito para garantir que as equipes médicas, as famílias dos pacientes e os próprios pacientes não se contaminem.

Os pacientes são mantidos no isolamento até que os sintomas desapareçam. Isso significa que eles sobreviveram à suspeita da infecção do ebola ou não estavam infectados pelo vírus mortal. De fato, a contaminação por Ebola só pode ser confirmada através da análise de amostras de fluidos corporais realizadas por laboratórios especializados.

Os sintomas do ebola podem ser similares a outras doenças como malária, febre tifóide e desinteria bacteriana (shigelose), em sua primeira fase. Por essa razão, MSF também oferece medicação contra malária e antibióticos durante a fase em que a febre hemorrágica ainda não foi confirmada. MSF também oferece apoio psicológico.

Até agora, entre os sete pacientes com resultado positivo para ebola, apenas um morreu. Essa parece ser um índice de morte muito baixo para um surto de ebola.

"É verdade que não estamos falando sobre as taxas de mortalidade habituais de um surto de ebola. A razão para isso é que, apesar de ter sido confirmado a existência do ebola, ainda não foi identificado com qual tipo estamos lidando", explica Van Herp. "O tipo Zaire do ebola mata entre 70% a 90% dos pacientes infectados, mas nós podemos estar lidando com um ebola menos letal. Nós também não podemos esquecer que 13 pacientes suspeitos também morreram, fazendo com que o número de mortos subisse para 14".

No ano passado, um surto de ebola na mesma área matou cerca de 186 pessoas. No entanto, há indicações de que outras doenças mortais estariam envolvidas.

Uma equipe de MSF, formada por 18 pessoas, está trabalhando em Kasai Oeste. O grupo é composto por médicos, um epidemiologista, um psicólogo, enfermeiros, especialistas em água e saneamento, promotores de saúde e logísticos.